Acordar antes do galo cantar- um ditado tão popular antigamente -, tomar banho, café e logo em seguida enfrentar o transporte público paulistano, sem filas nas catracas, com os vagões repletos de espaços disponíveis e lugares ditos como “reservados”, sendo definitivamente ocupado por pessoas com deficiência, idosos ou gestantes (até parece que dá pra ouvir a voz do maquinista neste momento). Imagine esta cena ocorrendo por volta das 6:00 da manhã, horário em que muitos passageiros costumam frequentar as estações. É caros, tal situação é utópica, pode até ser considerada impossível.
Aquele que que depende do metrô e do trem pagam R$ 3,00 para poderem embarcar na aventura que é as tão concorridas linhas que existem em todo o Estado de São Paulo. Esse preço, daria pra ir visitar uma exposição no final de semana, no centro da capital, mas não! Devo guardar para o “Bilhete Único”. Se as condições fossem no mínimo “habitáveis”. O uso deste termo foi proposital. É desumano estar em um vagão de trem ou metrô antes da 10:00 da manhã.
As pessoas comportam-se como animais (e não como os nossos dóceis cachorros, que são eternos leais). Seus comportamentos assemelham-se a verdadeiros selvagens, como se estivessem todos dentro de uma selva, em busca de alimento. É o chamado “Determinismo”, corrente de pensamento contemporânea do Naturalismo, que defendia a ideia de que as pessoas agem de acordo com o ambiente em que estão, segundo uma das teorias. Afinal de contas, quem poderia deixar um outro Ser Humano cair no chão sem ao menos oferecer ajuda? Não, isso não é possível. Talvez seja melhor explicado com o Behavorismo, em que o ser humano pratica certos atos sem saber o porquê. Isso ocorreu na série “LOST”, em que o Desmond (Henry Ian Cusick), apertava um botão vermelho dentro de sua cabine na ilha, ignorando o motivo. Talvez as máquinas conhecidas como “Homem” agridem uns aos outros sem saber o motivo exato também. Apenas fazem isso porque veem outros fazendo. Complicado. Parece que estamos em um filme do Quentin Tarantino, todos ávidos por sangue!
Fala-se em sabotagem até, devido a questões políticas. Será que temos um Guy Fawckes entre nós, brasileiros mortais? Este personagem fatídico planejou atacar o Parlamento inglês, em 1605. Logo depois foi acusado de traição. O filme “V de Vingança”, baseado em uma HQ também, procurou retratar este revolucionário.
Cada cidadão deveria observar com um outro olhar cada detalhe da realidade. Ela não é o que aparenta ser. Há alienação e (sim!), formas de conspiração contra um sistema vigente. Cada fato que ocorre, não é mera coincidência. O fato de Collor ter sido eleito não foi pelo fato de sua competência como administrador. Se cada pessoa ligasse o seu “botão” de consciência e começasse a perceber e lutar por algo que mudasse suas vidas, talvez o Brasil fosse diferente. Em 2011, por exemplo, para protestar contra o aumento de salário do prefeito de São Paulo, foi menos de 100 pessoas. Agora, para comentar sobre um reality show, muda de ângulo. Milhões compactuam.
Sociedade, mude, por favor.
Fonte: http://www.publico.pt/Mundo/como-guy-fawkes-se-tornou-no-heroi-do-occupy-1519710
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